As alergias alimentares têm se tornado mais frequentes nas últimas décadas e o ovo de galinha é um dos principais responsáveis por essas reações. Sabendo que alguns laboratórios utilizam o ovo na produção de determinadas vacinas, é natural que os pais questionem a necessidade de vacinar as crianças que possuem essa alergia.
Para responder essa pergunta vamos antes esclarecer alguns pontos importantes. Em primeiro lugar, entre os alérgicos, existem aqueles que apresentam reações leves, moderadas ou graves quando expostos ao ovo. As reações graves incluem o quadro conhecido como anafilaxia, que pode cursar com desconforto respiratório, vômitos ou queda de pressão, além das manifestações na pele.
Em segundo lugar, a concentração de proteínas do ovo de galinha varia de uma vacina para a outra. A vacina tríplice viral, por exemplo, apresenta concentrações desprezíveis da proteína, diferentemente da vacina da febre amarela.
Por fim, vale lembrar que a não vacinação também representa um risco para a criança, que deve ser comparado ao risco de reação à vacina, para que seja tomada a melhor decisão.
Diante do exposto, seguem as atuais recomendações da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI):
Vacina Tríplice Viral: os pacientes com alergia a ovo devem ser vacinados
Vacina Influenza: os pacientes com alergia a ovo devem ser vacinados. Aqueles com histórico de anafilaxia após exposição a ovo devem permanecer em observação no serviço de saúde de 30 a 60 minutos após a aplicação.
Vacina da Febre Amarela: os pacientes com histórico de reação leve e moderada devem receber a vacina e permanecer em observação por 30 a 60 minutos. Aqueles que tem histórico de reação grave (anafilaxia) não devem receber a vacina. Se o risco de infecção por febre amarela for muito alto, o paciente deve ser encaminhado para especialista, para conduta adequada.
Fontes:
Revista da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm)
Site da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI)